há no Natal uma porção
grande
de renasceres:
como se, de súbito, o fato
de veres
varasse as extremidades do
olhar
e então o mar da tua
infância trotasse,
impossível, como um sonho
acordado
e os brados relutassem, num
tolo conflito
entre a mágoa e a quimera.
como se fosse uma outra Primavera,
vem esse dia dourar-nos
memórias,
e as novas alegrias e
velhas histórias
dão-se as mãos, sem pudor
algum
apenas para que um torne-se
miríades,
e as lápides tornem-se
lépidas, alvas
como lebres, a correr
distância,
e todas as ânsias cessem,
porque
renasces nesse, e em todos
os momentos
em que permites que novos
ventos
vergastem tua antiga morada.